terça-feira, 19 de julho de 2011

Breve reflexão sobre a música.

Digamos algo a respeito da música para que se possa entedê-la através de uma simples reflexão, uma vez que a música é feita única e exclusivamente do som e do silêncio.

O silêncio chamamos de pausa, mais longa ou menos, mas ainda sim pausa. Já o som é organizado de diversas maneiras, a qualidade sonora de cada instrumento chamamos de timbre, a permanência da nota musical  no tempo chamamos de duração, por meio da combinação de durações formamos ritmos, a força que a nota é executada tem por nome intensidade... propriedades distintas de importância singular, tudo isso é som. A combinação de todas as possibilidades resulta no que chamamos de música.

No entanto qual o objetivo dessas combinações dos diferentes sons?
O objectivo último das misturas e combinações dos sons levadas pela arte, é apossar-se do ânimo por meio das diferentes emoções assim suscitadas nos órgãos sensíveis do ouvido, manter ocupadas todas as suas forças e fomentar, pela purificação das paixões e dos afectos, o íntimo bem-estar do ânimo.
O trecho acima é de Christoph Nichelmann extraído do livro Estética Musical de Carl Dahlhaus e expressa  uma posição no mínimo interessante sobre objetivo da combinação sonora. 

A música é feita para ser ouvir, para seduzir o ouvido ou antes disso elevar a alma, afinal a música era ritualística, passou a ser secular, passou a ser entretenimento. 

Na história do cinema a música tem papel fundamental afinal segundo Schopenhauer: "Os sons podem imediatamente suscitar a dor e podem também ser agradáveis de um modo directo e sensual". Se a música pode no entanto envolver o ouvinte de tal maneira, atrelada a imagem seu efeito torna-se potencializado.

Com o advento do cinema se inicia a música para não ser ouvida, afinal de contas todas as impressões devem ser mantidas na imagem, a música continua com seu papel mas não deve ser percebida.

E porque não dizer que o som também foi trabalhado eletronicamente gerando assim mais possibilidades tanto no campo do concerto como no campo do entretenimento.

Uma breve reflexão e muitas outras hão de vir pois o som e o silêncio trabalhados segundo a vontade do homem gerou muito séculos de música e história.

Bibliografia utilizada:
DAHLHAUS, Carl: Estética Musical. Lisboa: Edições 70, 2003.